segunda-feira, 21 de abril de 2008

21 de Abril - San Cristóbal de las Casas, México

Postei como San Cristóbal de las Casas, mas na verdade o dia foi entre Palenque e San Cristóbal, parando em lugares incríveis pra conhecer coisas novas e aproveitando um pouco mais do que a natureza tem a oferecer.

Acordei, tomei um banho, arrumei minhas coisas que era hora de partir, não sozinho, todos, os cinco, ta sendo bem legal, todo mundo é gente boa, estamos aprendendo um com os outros. Tomei um café (25) voando e paguei o passeio (250) que incluí duas cachoeiras e depois nos leva pra San Cristóbal. Ótimo preço se pensar bem, porque só a passagem seria quase duzentos, por um pouco mais conhecer duas cachoeiras, eu que quase não gosto de cachoeiras e de lugares como estes, enfim está valendo.

Muita conversa na van e depois de trinta minutos paramos no primeiro lugar, Misol-Ha. O lugar é incrivel, a cachoeira é linda, tem uns trinta metros de queda e é muita água e ainda é possível ir atrás da cachoeira e ficar em uma gruta, perfeito. Acho que não tem muito como descrever, cachoeiras são cachoeiras, e falando de energias, todos sabem o que elas representam, tomar um banho de cachoeira lava a alma, quem nunca ouviu isto? E ir lá e não tomar um banho de cachoeira é a mesma coisa que não ir, então entrei na água e fui lavar a alma, não que eu estivesse realmente precisando, mas nunca é demais.

¨Com certeza, meu amor, você já se banhou na queda de uma cachoeira
Sentindo a sensação da sua alma sendo purificada por inteira¨

Ficamos meia hora lá, acredito que pelas fotos é possível ter uma idéia do lugar, de lá seguimos viagem pra próxima parada, mais conversa jogada fora, desta vez sobre a cachoeira. A Europa não tem muitas cachoeiras, então imaginem como as pessoas de lá se sentem quando veem uma de mais de trinta metros, é bem interessante ver a reação. Veja como somos privilegiados, temos um bilhão de cachoeiras no Brasil.

Após uma hora chegamos no segundo lugar, Água Azul. É outra cachoeira, mas não é o tamanho da queda que importa aqui, são as piscinas de água azul, bem azul, que se formam ao longo de todo o rio, lindo. Fomos todos nadar nas piscinas e aproveitar o lugar, também pulei de um balanço feito de corda amarrado em uma árvore brincando com a criançada, lembrei da amoreira e do balanço que fiz nela há muito tempo atrás, quem sabe, sabe do que estou falando, e um jardineiro cortou meu balanço, tudo bem, hoje já superei esta perda.

Ficamos três horas neste lugar, tomei uma água de coco (25), comi manga com chili (15) e contei pra eles sobre o abacate com acúcar, ninguém conhece, talvez seja uma coisa só nossa, do Brasil. Nadei mais um pouco, as companhias estão perfeitas, todo mundo relax, todo mundo aproveitando, se divertindo, estou me sentindo bem, estou me sentindo em casa.

Eu poderia descrever as cachoeiras e tudo mais, mas é que acho que as fotos farão isto melhor, o que posso dizer que não é possível ver pelas fotos, é que, por exemplo, uma névoa de água pode ser sentida de longe na primeira cachoeira e que em Água Azul, as pedrinhas no fundo do rio machucam seus pés. A água é gelada em ambas, mas a primeira tem um poço fundo, enquanto na segunda, as picinas são bem rasas. Dizem que a primeira é perigosa, não achei, mas deve ter um motivo pra só eu e outras poucas pessoas terem nadado lá, na segunda todos nadam, desde a criançada até um senhor que devia ter seus oitenta anos.

Almoçamos em um restaurante que tem por ali, comemos uns pasteizinhos e depois cada um pediu seu prato, eu escolhi uma carne que não lembro o nome e tomei duas cervejas, minha parte da conta foi de noventa. Conversamos sobre diferenças culturais, de longe sou o mais diferente, não sou europeu, e muito menos de um país de primeiro mundo, apesar de aqui ,isto não fazer a menor diferença. Aprendi umas palavras em holandes, umas em noruegues, e algumas letras que existem na Noruega que pra nós são impronunciáveis (existe esta palavra?), enfim, foi um grande dia.

Voltamos pra van que nos deixou no ponto de ônibus, não pagamos mais nada porque estava incluso no passeio. Mais ou menos quatro horas de viagem e chegamos em San Cristóbal de las Casas, que é uma cidade que tem uma história muito singular, que vou deixar pra contar amanhã, é como uma boa lição de história.

Era umas dez da noite, a Marina conhecia um albergue, o BackPackers, que ela tinha ouvido falar que é bem legal. Não pensamos duas vezes e fomos pra lá, o lugar é mesmo bem legal. Fizemos o check-in, mesmo procedimento, nome, passaporte, pagamento (100) e você recebe sua cama e seu armário. Ficamos todos no mesmo quarto, mas com mais nove pessoas, mas isso vai ser legal. O interessante deste albergue é que além de oferecer tours bem baratos, existe uma infinidade de coisas pra fazer lá. Existe um lugar pra fogueira e marshmallows, mesa de pimbolin, sala de televisão com vários filmes pra escolher e até um x-box.

Saímos pra comer alguma coisa, fomos em uma feirinha que tem barracas de tudo quanto é tipo de comida e muito barato, comi um perro caliente (10), alguns tacos (10) e finalizei com uma tortilla (15) e uma coca (10). Cada um comeu o que quis e resolvemos dar uma volta pela cidade.

A cidade é muito, mas muito mesmo, parecida com Cuzco, no Peru, e eu amei Cuzco, não sei porque, mas talvez porque você se sente bem lá. A cidade é colonial, com lindas construções, igrejas, palácios, tem ruas que viraram calçadas, ou seja, cheia de lojas pra você comprar qualquer coisa que quiser, bons restaurantes e a praça central que é chamada de zócalo. Em volta do zócalo existem muitos cafés que viram baladas depois das nove, e as pessoas te dão free drinks nas ruas pra que você escolha a balada deles, mas você pode pegar um de cada, ir em todas e beber a noite inteira de graça. Cuzco? Não, isto é San Cristóbal de Las Casas!

Fomos em um café-balada que se chama El Zirco, tava tocando uma bandinha bem legal, nos intervalos um pouco de tudo, de hip-hop à salsa, dancei um pouco, tomei umas cervejas (100), foi bem divertido, ficamos lá até umas cinco da manhã. Voltamos pro albergue com alguns mexicanos que conhecemos lá, e com outras pessoas que estavam no albergue, e foi só o primeiro dia, amanhã promete, já sei que vai ser uma cidade difícil de ir embora. Cuzco? Não, San Cristóbal de Las Casas!

Só um comentário, amanhã é dia de entender quem foram os Zapatistas, porque isto é sobre história dos dias atuais, que também é muito interessante.

Meus beijos e abraços vão pra estas pessoas que sempre me dei bem e que tenho o maior respeito e realmente gosto muito, assim como de toda família:

- Kiko, porque desejo saúde e paz pra você hoje e sempre, neste dia que pra você é tao importante. (Manda um beijo pro seus pais, seu irmão e um pra Mariana também)
- Tina, porque lembro de você em todos os lugares que passo.

3 comentários:

Unknown disse...

Holaaaaa!!!!

Cândida Molina disse...

Fiquei imaginando essas cachoeiras, e isso deve ser incrível. E todas essas comidas...é tudo muito apimentado??? Lembrei-me do feijão mexicano do Telo. Saudades...

Unknown disse...

Menino!!!!
Quem mandou nadar na cachoeira que tem um poço fundo???Que quase ninguém nadou??? Juizo, heim?!!

Que massa, Tobi...realmente ta conhecendo e curtindo de tudo,isso é muito bom...
Fico feliz por você, agora viajando com companheiros...fico até mais tranquila...
Sabe que to achando interessante ler primeiramente sem as fotos porque a gente bota a imaginação pra funcionar ( a sua maneira de escrever colabora muito com isso)e a curiosidade fica aguçada... e depois vai conferir as fotos...como quando se lê um livro e depois vê o filme...só que muitas vezes a gente se decepciona quando vê o filme, ao contrário do seu blog...os posts estão fantásticos...
Sempre vibrações positivas...
Beijos meu querido...