Dia cheio, dia ótimo, Palenque é realmente um ótimo lugar e tenho certeza que a sorte anda ao meu lado, porque só com muita sorte que as coisas acontecem do jeito que estão acontecendo. Ou na verdade é porque toda vez que você está disposto a fazer coisas boas, outras coisas boas voltam pra você. Pensamentos positivos atraem coisas positivas, acredito cada vez mais que esta seja uma verdade a ser respeitada.
Chegamos a Palenque por volta das seis da manhã, já tínhamos em mente um lugar pra ficar que se chama Jungle Palace, mas acontece que não é bem em Palenque, é em El Panchan, um povoado perto de Palenque que fica no meio da selva, a mais ou menos cinco quilômetros. É no meio do caminho para as ruínas, o que é bom e outra coisa é que talvez seja um lugar perfeito pra mudar um pouco de ares. Sozinho talvez não fosse legal, mas como tinha ótimas companhias e a canadense de Mérida tinha nos falado a respeito, resolvemos ir pra lá. Depois descobri que foi a melhor coisa a ser feita, nada acontece por acaso e vocês vão ver porquê.
Tomamos um táxi (15) e seguimos por uma estradazinha bem precária, por assim dizer, até que então, o motorista entrou em uma rua de terra e começamos cada vez mais ir selva adentro, mata cerrada, floresta tropical, um lugar que talvez nem todos gostariam de ficar, mais eu sempre gostei de mato, então ótimo. Existem várias pousadas que oferecem desde redes até cabanas mais requintadas, mas já tínhamos nosso destino, e o motorista nos deixou na porta, ou melhor, na árvore que tem um placa dizendo "Jungle Palace".
Era por volta de seis e meia e um rapaz nos disse que a dona da pousada só chegaria às sete, então sentamos e começamos a bater papo pra matar o tempo, até que olhei pra estrada e vi duas pessoas caminhando em direção ao mesmo lugar, e uma delas era a Marina, a italiana que encontrei em Playa e Tulum, e que pode-se dizer que realmente é uma boa companhia. Coincidência ou não, estávamos no mesmo lugar, de novo, e isso é um bom sinal, porque ela é muito gente boa. Junto com ela estava um norueguês, Heine, que tinha vindo junto com ela de Tulum, começamos a conversar, ele se apresentou, as holandesas se apresentaram, agora éramos cinco, melhor, mais gente, melhor.
A dona da pousada chegou e resolvemos pegar uma cabana (50) pra gente, pros cinco, como um quarto privado, ótimo. Batemos papo na cabana e saímos dar uma olhada no lugar, o Heine ficou encantado porque nunca tinha visto mata fechada daquele jeito, ele vem de um país que é bem frio, por lá só existem pinheiros ou coisas parecidas, totalmente diferente, um dia também vou pra lá.
Fomos todos dormir um pouco porque não é possível descansar de verdade em um ônibus, você nunca encontra posições agradáveis, às vezes dá uns pulos e você acorda, sem contar que eu tenho um problema com ônibus, fiz viagens longas de Floripa a São Paulo e nunca consegui dormir de verdade, mas um dia aprendo. Enfim acordamos por volta das onze e fomos comer alguma coisa pra depois seguir para as ruínas. Comi um lanche de presunto, queijo, chili e feijão (40), apesar de não parecer uma boa combinação é muito saboroso.
Pegamos uma van (10) pra chegar nas ruínas mas antes tivemos que pagar a entrada do parque florestal (20) porque é uma reserva como a Serra do Mar e você quando vai pra lá não vai necessariamente para as ruínas. Existem trilhas, cachoeiras, animais e existem também as ruínas que era nosso destino. Chegamos e pagamos a entrada das ruínas de Palenque (48), comprei também uma água (20) e seguimos em frente, os cinco, rumo a uma nova experiência.


Antes de voltar pra selva, almocei na cidade que é mais barato, comi tacos e nachos com frijoles (70). Peguei um táxi (30) e fui direto pra cabana, cheguei lá mas não tinha ninguém, só um bilhete ¨Dear Tobias, we went to eat something at the Don Mucho. We meet you there¨, li, virei e fui pro restaurante.
Eles estavam comendo ótimas comidas, mas eu tinha acabado de comer, pedi a chave da cabana pra tomar um banho e por uma roupa que ia ter uma festinha no único bar que tem na selva, e todas as pessoas de todas as cabanas vão pra lá. Banho, roupa limpa, estava pronto, cheguei no restaurante de novo e eles estavam só me esperando, comprei uma cerveja (15) e fomos pro bar.
O lugar é ótimo, gente de todos os cantos do mundo, mochileiros perdidos, gente que ama o mato, gente do mato, galinhas, gatos e cachorros todos juntos dançando e se divertindo ao som de Mano Chau. A banda eram dois argentinos e alguns mexicanos, mas podia subir no palco quem soubesse cantar ou tocar alguma coisa, ou seja como uma festa entre amigos, a Marina subiu no palco e deu show, ela canta muito, eu já sabia, tinha ido com ela no Karaokê, mas os outros não sabiam e ficaram alucinados.
Ficamos até acabar, a Marina foi dormir mais cedo. Ótima noite, ótimo dia, entre músicas, amigos, e muitas pinas coladas (90), me diverti muito, conheci melhor outras pessoas e outros países, esta viagem está sendo perfeita, acredito que depois dela, com certeza serei uma pessoa melhor, e é isto que a gente sempre busca, melhorar. Eu estou fazendo isso, e estou tentando fazer bem feito.
Não pensei muito sobre meu dia, mas agora escrevendo percebi que passei os últimos dias encantado com as ruínas e cidades, com a energia de certos lugares e a força que isto tem, mas tudo isto foi feito pelas mãos do homem. Hoje houve uma mudanca drástica, porque agora a energia que sinto é da natureza, da mata, do cheiro da mata, dos rios, das cachoeiras e isto é obra de Deus, e isto é mais belo do que as coisas feitas pelo homem. Pensando no guia, e na história sobre os Maias e os Deuses, é fácil entender, sempre foi, respeite a natureza, ela é obra de Deus e contra Deus nada se pode fazer, os Maias entenderam isto a mil anos atrás, será que nós não aprendemos nada desde então?
Meu beijo de hoje vai pra segunda mulher mais importante da minha vida:
- Nana, porque esperou um século pra escrever no blog, mas escreveu e bem no dia que eu não postei nada, mas tudo bem, te amo.
- Tina, porque existem coisas que simplesmente superam laços familiares, estou falando de nós três.
7 comentários:
Oiii! Demorei, mas to aki...
Então, ainda não li todos os dias,mas vi todas as fotos. Não sei porque, mas todas as vezes que leio, choro muito, de saudades, de felicidade, de um orgulho tão grande, que não da pra dizer o tamanho...
To achando essa viagem incrível,e não sei se sou só eu, mas acho que vc deveria mesmo apostar nessa "profissão" de mochileiro escritor!! Linguagem gostosa, maneira descontraída de descrever situações e o que mais me surpreendeu, uma desenvoltura e simplicidade pra falar de sentimentos, dos seus mais preciosos sentimentos...
Quanto aprendizado,hein?!!
Agora é só pra despedir...
Te amo muiito!
Morro de saudades!!
Beijo grande
O VERDÃO é só alegria. Dá-lhe Valdívia!!! Estou aqui aguada por novas notícias. Escreva logo. É uma delícia a maneira q vc escreve.
Cuide-se e que Deus te proteja. Bjs.
Aprendi a deixar comentários!
To acompanhando vc na viagem, mesmo que de longinho. Mas essa distância é só geografica, né? Pq família tá sempre na cabeça e no coração.
Saudades SEMPRE
Beijo.... muitos beijos!
Amandinha
Não tem telefonito nesse pueblito???
Filho, estamos na expectativa de novos posts, mas se for mais difícil escrever (você nos deixou mal acostumados, ou melhor, bem acostumados)...dá uma ligadinha...
SAUDADESSSSS!!!!!
Deus te abençõe, lindo...
Beijos...
Como sempre, li e gostei. Curti e viajei junto. O verde tem mesmo um poder único e esse encontro de energias deve ser fabuloso. Eu diria que hoje você sentiu na pele uma "pororoca" de energias! :D
Quero crer que realmente "tudo acontece por um motivo"... você está vivendo isso. Espero que as coisas continuem acontecendo pra você e que lhe tragam cada vez mais experiências enriquecedoras.
Fica bem, se cuida e beijos!
Que delícia esse lance de natureza pura!!!!Isso é tudo de bom!!!Cheiro de terra, barulho de bicho, orvalho de manhã, ar limpo...
É prá se agradecer mesmo...desde Cancun, com infraestrutura prá endinheirados...até esses lugarejos, completamente simples, roots...quase consigo visualisar a sua realização nessa cabana, mata adentro...e a balada tocando Mano Chao!!!Com a bicharada trançando pelas pernas das pessoas...muito bom mesmo!!!
Tobi, no início você tava colocando mais fotos dos sabores mexicanos...agora, não sei se continua tirando fotos dos pratos...sei também que tem muitas fotos muito legais pra colocar...mas tava super interessante, é cultura local, né...
Beijocas...
Deus te abençõe!!!
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