terça-feira, 15 de abril de 2008

15 de Abril - Piste, México

Dia que as coisas dão todas erradas também tem, não poderia faltar. Mas em vez de reclamar, tentamos contornar a situação, foi isso que eu tentei fazer, mas não saiu muito conforme o planejado, mas está valendo.

Acordei às sete e meia da manhã, queria sair o mas rápido possível, já tinha deixado minhas coisas arrumadas ontem à noite, então era só tomar um banho, tomar café e ir. Fiz de novo ovos mexidos e torradas com geléia, não pude tomar cereal porque alguém roubou meu leite e eu não ia comprar outro litro já que estava indo embora. Paguei o albergue (857), me despedi da galera, pelo menos dos que estavam acordados e parti rumo a um dia diferente.

Cheguei na estação oito e trinta e cinco, tinha acabado de sair o ônibus pra Valladolid, eu perdi. Tudo bem, estas coisas acontecem, fui lá comprar a passagem (54) pro próximo, que era às nove e meia, uma hora esperando, não tem problema, mas poderia ser uma hora em outro lugar aproveitando o dia. Peguei meu guia e comecei a planejar os próximos dois dias. Lendo, o tempo parece que passa mais rápido, mas só quando as coisas realmente funcionam no horário. Vai vendo.

Nove e meia e nada do ônibus, fui lá perguntar e me disseram que às vezes atrasa, eu entendi e voltei pro meu lugar e continuei lendo. Dez horas, fui perguntar de novo, me explicaram que eu teria que esperar o ônibus das dez e meia, porque o outro não sairia, porque só eu e mais uma pessoa tínhamos comprado o bilhete. Fiquei bravo, mas determinadas coisas não se pode fazer nada, este é uma. Enfim poderia prolongar, mas a verdade é que o ônibus das dez e meia saiu onze e dez, e eu estava vendo meu dia ir embora.

Duas horas e quinze de viagem até Valladolid, fui dormindo, mas só com um olho fechado, porque Valladolid não é o último ponto, então você tem que ficar esperto senão você acorda e já passou. Cheguei lá era uma e meia, fui correndo pro albergue que já tinha escolhido, o maior trabalho porque não era perto e com duas mochilas tudo fica pior, mas pior ainda foi chegar no albergue e ficar sabendo que ele não existe faz dois anos. Como um guia que é lider mundial e que é atualizado todo ano comete um erro tão estúpido, por favor Lonely Planet, isso é grave.

Sentei em um banco de praça e fui ver outro albergue, mas no guia Valladolid só tem duas opções, o que não existe e outro que custa trinta doláres a noite, pra mim não dá. Comecei a varrer as ruas à procura de um hotel, com as malas nas costas, é claro. Poderia ter deixado na estação, mas tinha certeza que ia encontrar o albergue aberto, por isso fui com as malas. Achei o mais barato, dezoito dólares, muito caro ainda e minha idéia era, esta tarde, ir pra uma ruínas muito lindas, Ek´Balam e amanhã bem cedo seguir viagem pra Piste ver Chichén-Itzá.

Três da tarde, desisti, Ek´Balam fica pra depois, voltei no terminal comprei (20) uma passagem pra Piste, vou dormir lá porque lembrei de uma dica que o Vagner me deu, Vagner é o brasileiro que eu conheci ontem, um lugar que você dorme por sessenta pesos, tudo bem que é em redes, mas mesmo assim muito barato. Comprei pra seis e meia pra dar tempo de dar uma volta na cidade e não perder o dia por completo.

Antes fui no banco trocar dinheiro, e depois almoçar, comi um panini (50) de frango com presunto e queijo, mas era gigante, quase não comi inteiro. Aí dei uma voltinha rápida pela cidade, tirei umas fotos e fui ver os lugares que eram mais perto. Um mosteiro antigo, uma praça e uma igreja. A igreja valeu a pena, mas as ruínas eram melhores, fazer o quê? Voltei pra estação e algo de bom aconteceu, já era hora.

Encontrei uma francesa, a Anne, do albergue de Playa del Carmen, ela estava indo pra Piste também, no mesmo ônibus, fomos conversando a viagem inteira, que é uns quarenta minutos. Ela também está sozinha e sabia de uma pousada, mas os preços que ela disse eram salgados. Quando chegamos, fomos parando em todos os lugares e perguntando, tudo caro, em torno de trezentos e cinquenta ou mais. Pensei no Vagner, e onde que ele tinha achado o abençoado lugar tão barato.

Depois de uns vinte minutos, achamos, chama Pousada Maia, não é lá aquelas coisas, mas é bem barato mesmo, resolvemos dividir um quarto, porque os preços não fazem o menor sentido, veja bem, o quarto sozinho é duzentos e o duplo é duzentos e sessenta, pegamos esse, paguei minha parte (130) e tivemos que assinar o nome em um livro e foi isso, no fim não está tão ruim, pelo menos não vou ter que dormir em rede e o quarto tem chuveiro com água quente.

A Anne quer ir amanhã cedo pra um cenote que tem aqui perto e que é lindo, só que eu quero ir pra Chichén Itzá, porque tenho planos de voltar pra Tulum e fazer a viagem com a galera, e pra isso tenho que estar lá amanhã à noite. As vezes dá tempo de fazer os dois, mas pra ter certeza do tempo prefiro ir em Chichén de manhã, e quem sabe no cenote à tarde, vou tentar convencê-la, porque com certeza é melhor ir com alguém pra dividir as experiências.

Ela ficou no hotel dormindo, deixei as coisas e vim pra lan, escrever pra vocês e arrumei o blog todinho, se tiverem tempo deem uma olhada nos outros dias de novo, tem várias fotos novas e uma surpresa no dia de Tulum. Vou voltar pro hotel porque já está tarde, acho que nem vou sair, Piste é uma vilinha, acho que nem tem aonde, mas às vezes, nunca se sabe.

Fiquei na net quatro horas (40), voltei pro hotel e a Anne ainda estava dormindo, mas tinha um italiano vendo televisao, o Lorenzo, fiquei tentando conversar com ele, mas ele só fala italiano, entao tem coisas que dá pra entender, mas é um conversa meio picada. Ele foi pra Chichen Itza hoje, disse que é belíssimo, amanha será meu dia e por isso quando era meia noite já estav dormindo.

Meus beijos de hoje vão pra duas pessoas super importantes pra mim, como todos os outros que já citei aqui no blog antes:

- Tadeu e Fernanda, tios que sempre estarão presentes na minha vida.
- Tina, porque ela é linda demais.

2 comentários:

Cintia disse...

Putz, mais uma pra aprender: não confiar totalmente nos guias. Mas, apesar disso, vc encontrou a francesa. Há de ter um motivo.
(Não esquece de explicar pra quem lê o que são as coisas com nomes diferentes, tipo 'cenote'; só sei pq pesquisei).
Tobi, não se deixe abater por este tipo de imprevisto. Não dá pra sempre uma aventura maravilhosa repleta de coisas interessantíssimas. Os dias mais amenos e intermediários também fazem parte, principalmenete porque nestes dias, você terá também o que contar e dividir com a gente (além de pequenas surpresas).
Esteja com Deus! Aqui, tudo bem, tudo igual. As ruínas daqui são meros quintais abandonados e casas cheias de trincas (vc sabe do que estou falando, né?) :D
Beijo grande!

Unknown disse...

Tobi...
Muito esperto da sua parte não se estressar e ter "jogo de cintura", afinal "picnic sem formigas não tem graça"...imprevistos podem mesmo acontecer e o mais importante é isso, tranquilidade, coerência e bom humor até, prá contornar a situação...
Depois, com certeza Chichén-Itzá e outras maravilhas vão valer à pena...
Ah!Ficaram "shows" os posts arrumados, riquíssimos!!!
Que Deus te acompanhe, meu príncipe...
Beijos saudosos, mas felizes por você...
Te amo.