segunda-feira, 12 de maio de 2008

12 de Maio - Vulcan Pacaya, Guatemala

Gente, sei que fico muito tempo sem escrever e aquela idéia de vocês viajarem comigo, faz tempo que não é mais verdade. Vocês continuam viajando, mas sempre com uns dias de atraso e isso não é a mesma coisa. A verdade é que em determinados lugares eu sempre estou fazendo alguma coisa e não quero deixar de fazer isso pra escrever, então tento achar um dia mais tranquilo e escrever logo uns cinco dias.

Bom, o dia de hoje, teve o café da manha gigante, teve conversas, mas vou contar sobre o Vulcan Pacaya, porque isso sim é importante e inacreditável ao mesmo tempo. Eu já tinha decidido que ia porque tinha visto fotos incríveis do lugar, mas não sabia de fato o que me esperava, porque estar lá é uma das experiências mais legais que provavelmente vou ter em toda minha vida.

Já tinha pago o passeio (60) e consegui trocar a passagem pro grupo das duas da tarde, que eu prefiria porque pela tarde você sempre está mais disposto. Às duas horas saíu nosso ônibus, umas trinta pessoas mais ou menos, todos ansiosos pra ver o vulcão e o mais importante, lava. Logo no início já te dizem que pode ser que você nao veja nada, o vulcão não sabe que você pagou um passeio e não cospe lava só porque você está lá, é uma questão de sorte, somente sorte.

O percurso até a entrada do parque (40) demora um pouco mais de uma hora, mas passa rápido porque todo mundo vai conversando, se conhecendo, como excursão de escola. Chegando lá fomos abordados por muitas crianças tentando vender cajados (3) porque existe uma trilha até o vulcão que não é fácil, então o cajadinho ajuda. Antes da trilha, nosso grupo que era bem grande recebeu o nome de Barco, pra gente poder se organizar e não se perder. Comprei uma água (5) e uns chocolates (15) antes de ir porque com certeza sentiria fome. Estávamos prontos pra trilha.

A trilha demora uma hora e meia e é bem íngrime, sem o cajado provavelmente é muito mais difícil, mas eu tinha o meu. Algumas meninas não aguentaram e alugaram cavalos que tem pelo caminho, não sei quanto pagaram, mas com certeza, caro. Quando chegamos no topo da colina, não do vulcão, não dava pra enxergar nada por causa da neblina. Nesta hora fiquei muito decepcionado porque sabia que dali dava pra ver o vulcão e as lavas, e também Antigua com seus três vulcões. O guia começou a falar que não era um bom dia por causa da neblina, mas que isso não significava que não tinha lava, mas eu não senti firmeza, achei que tínhamos perdido o passeio.

No fim da colina tem uma descida de uns duzentos metros, muito íngrime, onde muitas pessoas caíram, principalmente aquelas que estavam sem o cajado, então aconselho o cajado a todos. É no fim desta decida que você começa a ver os rios de magma que foram formados nos últimos anos. As formações no vulcão que hoje são rochas negras são muito bonitas, algumas parecem rios e dá pra perceber que aquilo antes foi líquido, magma.

Começamos a caminhar sobre esta parte do vulcão e o guia disse pra ficarmos perto por causa da neblina e se alguém sentisse calor ou o pé queimando, era pra avisar ele. Caminhamos uns vinte minutos até que todos começamos a sentir o calor, que é bem quente, e em mais dois minutos alguém gritou anunciando. Tínhamos achado lava e não era pouca, era um rio, até o guia se impressionou, disse que era um ótimo dia, um dos melhores e eu estava lá.

Quando vi fiquei meio besta, porque é muito bonito e muito poderoso. O cheiro de borracha queimada dos tênis e sapatos começa a ser sentida por todos os lados, mas não supera o cheiro característico do lugar. Os barulhos do rio de lava derretendo tudo que encontra pela frente é meio agonizante, as pedras que estão já formadas sucumbem ao novo rio que só vai aumentado.
Quanto à cor, não sei o quê dizer, me senti um pouco no inferno, negro, com o calor que não passa, e que obriga você a estar se mexendo todo o tempo pra não queimar seus pés.

Tirei muitas fotos e tentei chegar o mais próximo possível, mas o calor começa a queimar os pelos da sua perna, queimaram bastante os das minhas porque cheguei muito perto, mas tenho a foto. Os americanos sacaram vários saquinhos de marshmallow e começaram a fazer sobre alguns pontos do vulcão, usando o cajadinho como pauzinho. Algumas pessoas jogaram os cajados na lava pra ver o que acontecia, e em poucos segundos o cajado já não estava mais lá, tinha sido consumido pelo fogo.

O guia começou a alertar pra não chegar tão perto, porque como era um grande rio, corria rápido, e algumas pessoas, se ele deixasse, tocariam a lava. Ficamos lá uma meia hora, depois disso as próprias pessoas começam a ir embora porque não aguentam mais o calor. Eu fiquei até o fim, provavelmente porque sei que a chance de ver isto de novo de tão perto e mínima. Aproveitei o máximo que pude e comecei o caminho de volta, que era longo.

Já era noite quando chegamos ao topo da colina e as pessoas que tinham lanternas ligaram as suas pra ajudar na visibilidade. Muitos vaga-lumes ajudavam também, pois piscavam por todas as partes. O caminho de volta foi mais longo, provavelmente porque estava escuro, mas ninguém ligou, todos rindo e encantados com o lugar onde a gente tinha ido.

Chegamos de volta a Antigua umas nove da noite e o Rory, o inglês de ontem e o Austin, um americano estavam me esperando pra gente ir tomar umas cervejas e comer (120). Fomos os três, mas a melhor parte foi que encontrei uma brasileira no bar, que está viajando com duas francesas e uma americana. Ficamos alí conversando um pouco, não muito, pelo menos não eu, estava cansado e queria descansar. Voltei pro hotel muito satisfeito com o passeio de hoje.

Só pra concluir meu dia, queria falar a respeito da sensação mágica que é ver o nosso planeta crescendo, se tornando algo maior. Estive neste lugar hoje e apesar de, com toda sua beleza, ainda deixar traços de destruição e morte, é um lugar onde pude me sentir bem, cheio de energia. Esta é mais uma prova do poder da natureza, o poder de Deus. Grande Volcan Pacaya.

Meu beijo de hoje vai pra você, so pra você:

- Tina, pela mensagem do msn, aonde ja se viu, entao da uma olhada e veja.

5 comentários:

Unknown disse...

Oi Toby td bem??? To vendo aqui o Blog hehehe, to adorando viu!!
Mas vou ver com calma... to querendo ir para o Mexico quando for ao Brasil de ferias, mas ate la vc vai estar la ja hehehe...Ai podemos conversar hehehe...Mas achei muito engracado o seu comentario da Ma hahaha,, ela realmente nao e muito ligada a net hahhha..Mas e isso ai c cuida e aproveita okay . Beijos.

Cintia disse...

Hahahaha! Vai voltar com as pernas depiladinhas, heim? Legal!

Mas olha, falando sério: que meeeeedo! Não sei se eu teria coragem pra ficar assim perto do rio de lava. Mas, cada louco com a sua mania!

Se cuida!
Beijo!

Unknown disse...

Tobi...
Que experiência infernal essa!!!Quente mesmo, né...hahahaha...
Olha sou fã de carteirinha, to sempre na fila do gargarejo, né, então sou suspeita...mas adorei o seu relato de hoje...tem um trecho que achei demais "os barulhos do rio de lava derrentendo tudo que encontra pela frente é agonizante"..."as pedras sucumbem"..."me senti no inferno, negro"...muito intenso...dá pra nós, meros expectadores...quase sentirmos na pele o que você viveu lá...o que te causou...e depois, que poético "os vagalumes piscando" e o seu comentário sobre a natureza, sobre essa força maior...Deus...
Muito massa!!!
Fiquei muito feliz por você, sabia o quanto você queria fazer esse passeio e que te surpreendeu...fico feliz, principalmente porque só queimou os pêlos da perna, né...
Beijos, meu querido...
Deus te abençõe...

Unknown disse...

Que loucura...você nesse braseiro!!! Incrível...mas ainda bem que já passou...
Muito legais as fotos!!!
Beijos, filho...
Se cuide...

Cintia disse...

Tobi
Cada vez que eu falava com você sobre o vulcão eu dizia: que medo!!!
Agora que vi as fotos posso dizer com segurança que minha opinião mudou. Agora eu digo:
Que medão!!!!

Se cuida aí, viu?Não abuse assim da sorte! Fique com Deus!